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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Workshop Tamahagane 2014



Em Julho realizamos um workshop  para produzir “ tamahagane”.



O autêntico material da espada Japonesa.

Aço feito artesanalmente a partir do minério de ferro.

Durante a fundição e dois fornos,fizermos este material usando minério de ferro de magnetita e carvão vegetal.

Usamos dois fornos, um  tradicional de argila  com fole manual, e outro  com refratário e com sopradores elétricos.

Minério de ferro grande


Minério moído que foi usado



Em um forno soprando oxigênio próximo a sua base, é adicionado carvão vegetal e minério.


Forno de argila
"Fuigo" fole manual
Forno de refrátario e sopradores elétricos
Carga de carvão
Adicionando minério


A medida que o minério vai descendo pelo forno, se transforma em ferro.

E pela absorção de carbono vindo do carvão se transforma em aço.


Forno sendo aberto ao final da fundição

As sucessivas cargas de aço vão se colando entre si, até formar uma massa porosa de ferro, aço e impurezas. 

Esta massa é chamada de "kera" em Japonês


Pelo fato de não chegar a ficar líquido, as diferentes camadas mantém composição química diferentes, que se revelam quando a espada está pronta e adequadamente polida.


Lâmina mostrando contraste entre as camadas de aço

Para se retirar as impurezas e compactar o material, o “ kera” é aquecido e martelado.

Aquecendo e martelando para retirar as impurezas

Em seguida as camadas são coladas entre si através do calor e pressão.

Bloco no primeiro estágio de forjamento

Só depois de certificado de que está sem falhas é que é forjada a espada no formato final.
Processo que será mostrado em futuros artigos.

Participantes da Aventura











           


terça-feira, 6 de maio de 2014

O elo da corrente

Mekugi



A espada japonesa é presa em seu cabo apenas por encaixe, e o que mantem todo o conjunto seguro é apenas um pino de bambu, o " Mekugi ".

Isto permite que a espada possa ser desmontada facilmente para afiação, limpeza ou troca de peças.


Porém..........

de nada adianta a espada ser forte e o cabo bem resistente, se o pino se soltar ou quebrar.

Resultado a lâmina pode sair voando.

Por isto meus amigos, confiram sempre se esta peça está no lugar e em bom estado.

Não vale usar hashis do restaurante, pois não é seguro, é fraco e perigoso.

O certo é se usar um bambu bem forte e flexível.

Para isto se usa uma espécie de bambu com pouco amido e fibras compactas, que além disto é tratado com calor e fumaça.

No japão se chama  " Susudake".

Na foto vocês podem notar a diferença do bambu tratado com calor, cor mais escura.



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Após postagem recebi uma série de perguntas sobre com se fabricar, qual espécie de bambu, etc.
seguem algumas observações em forma de perguntas e respostas:

1-Posso usar outro material para substituir,garrafa pet derretida, pinos de alumínio ou madeira daquela caixa do sacolão ?

O propósito do blog é mostrar como é feita da forma tradicional japonesa.
Alguns métodos foram testados e aperfeiçoados ao longo de séculos.
Portanto recomendo não perder muito tempo para reinventar a roda.

2-Qual espécie de bambu posso usar para substituir no Brasil; eu mesmo posso fazer o tratamento do bambu ?

Existem várias especies diferentes de bambu no Brasil,  para resultado satisfatório é necessário escolher um espécie com pouco amido e grande densidade de fibras. 
A espécie japonesa pode ser encontrada no brasil em algumas regiões.
Além exige uma série de cuidados: colher em período seco e de madrugada ( o bambu fica com menos amido e água). Pré secagem e aquecimento no fogo.

Portanto após muita pesquisa e testes preferi comprar importado já que não é tão caro.
Mas nada impede de fazerem um teste.

3- Eu vi fotos com pinos de chifre de búfalo, qual a diferença?
Os pinos de chifre são usados em shirasaya, mas não é recomendado se usar em espadas para corte e treino.
















terça-feira, 22 de abril de 2014

Saya parte 2

  Após modelado interna e externamente, o " saya "que receberá pintura é reforçado com peças de chifre.

 Na  entrada da espada " koiguchi "


No " kurigata  onde é preso o cordame .




E o final " kojiri ".


Depois é reforçado com colagem de papel para reforçar as emendas.


E para finalizar, uma camada de laca japonesa " urushi " é aplicada para selar os poros da madeira e reforçar as emendas de papel.



Ufa......

Desta etapa em diante fica por conta do pintor de " saya ", mas isto já é uma outra história.













segunda-feira, 21 de abril de 2014

Novo Site

Para website mais enxuto e com fotos em boa resolução acesse o Novo Site  .

obrigado.


sábado, 12 de abril de 2014

Pedras naturais japonesas e polimento

 

O uso de pedras naturais para afiação e polimento é um assunto bem vasto e técnico.

  Bem antes de existir papel lixa, eletricidade e lixadeiras, os antigos polidores precisavam encontrar na natureza abrasivos  para dar acabamentos em suas facas, espadas e ferramentas.

  E diferentes regiões e montanhas foram descobertas pedras com características boas para este fim.

O profissional especializado em polir espadas no japão se chama "Togishi".



  Toda  pedra sintética ou natural é composta basicamente de um grão cortante ( abrasivo) e uma cola ( aglutinante).

  No caso das pedras naturais o grão abrasivo é menos agressivo que os sintéticos ( mais arredondado). Além disto  abre os poros do aço ( grãos),  ao contrário dos sintéticos que entopem e deixam brilhando.

O aglutinante varia bastante, pedras que se desgastam facilmente e outras bem duras.

  Devido a dificuldade de se encontrar pedras sem " sujeiras" ( impurezas que irão riscar a lâmina com riscos mais grossos), as boas pedras de polimento são raras e muito caras.

  Fiz um teste  rápido pra podermos visualizar o efeito de algumas.


Pedra acima chamada de "chu-nagura", equivalente a um grão # 600.


  Pedra seguinte " koma-nagura", equivalente ao grão # 1000. 

Notem uma série de pontos vermelhos na massa branca. Estas são impurezas que riscam a lâmina. 

  Atualmente não se encontra uma boa pedra desta para comprar, se achar é antiga, com preços acima de R$ 15.000,00.

  Até este estágio normalmente se usam pedras sintéticas, pois são mais uniformes.

  Porém a partir da próxima é obrigatório o uso de naturais.
  

  São usadas duas pedras " uchigumori".Uma mais macia chamada " Hato".


E a mais fina ainda e dura, chamada de "Jito".


E a última é uma chamada " Narutaki", que é colada em papel para se lixar a parte macia da lâmina e ajuda a revelar o desenho do aço.





  Depois se aplica pó bem fino de minério de magnetita para escurecer a parte macia.

Este tipo de acabamento é chamado de "sashikomi" mostra a espada como ela é.

  Existe um outro estilo de finalização onde a linha de têmpera fica mais aparente ,chamado de "kesho", como se fosse uma maquiado.

Quem quiser se aprofundar mais sobre o assunto pode comprar o livro.
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Kanna


A bainha da espada é modelada por fora com uso de plainas de várias larguras.

Estas plainas são feitas com uma base em madeira, carvalho branco ou vermelho.

e lâmina cortante em aço com ferro.

O ajuste do corte se faz batendo na parte de cima da lâmina e na parte da madeira marcada com a fita verde.


Para acabamento é retirado material bem fino (0,018 mm)
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No próximo artigo vamos falar sobre pedras naturais japonesas e polimento.